Dia 4: sozinha na cidade

Caminho percorrido de carro

Ontem comecei o dia com a coragem. Tirei o carro da garagem com ajuda do maridão, sem maiores problemas. Já de manhã fui a loja de carros para trocar o retrovisor (o antigo não era original e eu não me adaptei) e fui também instalar o sensor de ré no carro, para tentar me dar mais segurança ao estacionar.

O caminho até lá foi bem tranquilo, porém, por medo dei a volta ao mundo para atravessar a pista. Andei 4km a mais que o "necessário" para me sentir mais segura. Fora isso, consegui me resolver bem no carro.

Na hora de estacionar foi um pouco complicado, porque não tinha nenhuma vaga fácil (pelo menos não pra mim,rs). Mas consegui depois de ficar pensando como iria fazer.

Enquanto estavam fazendo o serviço, fiquei fazendo hora com meu filho. Por volta de 13h fui lá buscar o carro, vim em casa, coloquei o material de atendimento nele fui pra rua de novo.

Novamente dei a volta ao mundo para atravessar a pista, e fui atender. Consegui estacionar bem no local, porque tinha bastante espaço disponível, mas sempre bate pânico nessa hora.

Ao final do atendimento, peguei o carro e vim pra casa, tudo bem, sem medo, apenas um pouco atrapalhada pelo sol, que estava bem em direção ao meu rosto nesse horário. Ainda não sei bem controlar o freio do carro e acabo freando mais que o necessário ou menos que o necessário as vezes. Morro de medo de bater no carro da frente na hora de parar no sinal e tal. Mas creio que aos poucos eu vá conseguindo me adaptar melhor ao carro e a situação.

O medo até que tem me limitado menos a cada dia. Ontem, até carona consegui oferecer a uma vizinha e ela foi comigo numa boa (pelo menos pareceu,rs).

Meu maior problema é mesmo estacionar e entrar na garagem. Sair da garagem não tem sido tão difícil quanto entrar. Cada dia é um progresso. Aos poucos eu vou conseguir !

Dia 3: no centro da cidade

Hoje o dia está sendo um pouco mais difícil para controlar a ansiedade. O medo de dirigir está querendo falar mais alto do que a sensação de liberdade. Como sei que hoje será a primeira vez que vou pegar o carro e sair sozinha no trânsito, já acordei com tudo que se possa imaginar: frio na espinha, dor de barriga, tontura, ou seja, total desespero.

Estou fazendo e refazendo as rotas na cabeça, pensando que conheço o caminho, que sei como agir, pra ver se consigo me acalmar. Mas, não é tão simples assim. O medo não é vencido tão simples assim.

Fiz minhas coisas normalmente durante o dia, de van, como sempre faço. Por volta das 16h fui de encontro ao meu marido no trabalho dele. Chegando lá, ele perguntou se eu queria levar o carro pra casa. Pensei MUITO antes de dizer que sim, e mesmo sem certeza se eu estava fazendo a coisa certa, fui.

Viemos o caminho todo com ele me dando algumas dicas de como agir no trânsito, já que estávamos no centro da cidade, onde o movimento de carros é maior. Vim, creio eu, bem (pelo menos não fui xingada na rua, rs). Paramos para resolver uns problemas. Ele seguiu caminho e eu vim dirigindo sozinha para casa e por incrível que pareça, me senti mais confiante sozinha do que acompanhada.

Encontrei com ele em casa e pedi ajuda para por o carro na garagem, que hoje é um dos meus maiores medos (depois de estacionar na rua). Tive - bastante - dificuldade em por o carro pra dentro por conta do nervosismo. Ele, coitado, ficou assustado e isso me deixou ainda menos confiante na tarefa.

No fim, tudo deu certo e eu consegui por o carro na garagem, sem danos materiais rsrs

Amanhã já usarei o carro para ir trabalhar e espero conseguir fazer tudo certo. Mais um dia, concluído com sucesso! EU CONSEGUI!

Dias 1 e 2: criando coragem

O primeiro dia é sempre o mais difícil, principalmente para convencer a si mesmo que você consegue sim dirigir como as outras pessoas. O meu primeiro dia não foi diferente disso. Claro, não foi o primeiro dia em que dirigi, mas o primeiro dia em que eu decidi que não teria mais medo do carro.

Meu marido me ajudou muito nestes dois dias. Fomos a uma parte da cidade mais afastada, com pouquíssimo fluxo de carro para que eu pudesse treinar mais confiante. Ele guiou o carro até esse local e quando chegamos na parte em que não tinha movimento, me passou a direção.

No primeiro dia, o carro estava cheio, e não sei se isso foi um ponto positivo ou negativo para ganhar confiança. Todos estavam alegres e brincando com o fato de eu estar dirigindo, pra poder descontrair o ambiente (devido ao meu nervosismo, claro). Porém, o fato de ter tantas pessoas dentro do carro acabou me deixando mais nervosa, pois pra mim, seriam mais pessoas para apontar os meus erros. Até que não tive muitos erros e fui me sentindo mais confiante ao dirigir.

No segundo dia, fomos ao mesmo local, porém agora só nós dois. Já me sentia mais confiante e consegui fazer mais coisas, desenvolver o carro com menos medo. Foi uma sensação até boa, como a muito tempo não sentia ao volante. Ele guiou o carro novamente pra casa dos pais dele e de lá eu segui para nossa casa dirigindo. Creio eu que até me sai bem dirigindo no "trânsito" nesse caminho.

Mas, ao chegar em casa, o desespero: ENTRAR NA GARAGEM! Tá aí uma coisa que vai me assombrar por muito tempo. Ele pediu que eu tentasse, porém não tive sucesso e acabei ficando nervosa por não conseguir. Mas não vou deixar isso me desestimular, preciso treinar cada dia mais para conseguir melhorar e perder esse medo que tanto me limita.

Gostaria muito que as pessoas conseguissem entender quem tem medo de dirigir. Apesar de ser um medo aparentemente bobo, é um medo limitante. Mas, agora está decidido, eu vou controlar esse medo e vou conseguir dirigir. Um dia de cada vez! Dois dias já foram, EU CONSEGUI!

Amanhã retorno para contar sobre mais um dia ao volante para você!

O início de tudo!

Olá, me chamo Thaís e sou uma motorista medrosa!

Não sei bem ao certo porque surgiu o medo de dirigir, porém ele me acompanha desde o primeiro dia de auto escola.

Comecei minhas aulas na auto escola com 19 anos. Já era mãe do Pedro e casada com o Vinícius, porém nunca tinha tido a experiência de dirigir. Meu primeiro contato com o carro, na posição de motorista, foi na primeira aula da autoescola.

Nas aulas teóricas eu amava a ideia de dirigir. Porém, nas aulas práticas tive um instrutor pra lá de ruim e ignorante! Pense só que até tacar o celular na cabeça de uma aluna ele tacou. Gritava muito comigo e me colocava bem pra baixo. Juntou o medo que eu já tinha, com esse instrutor maravilhoso e o medo virou pavor.

Não passei na primeira prova da auto escola, porque fiquei tão nervosa que travei e nem consegui finalizar a baliza. Na segunda prova, apesar de muito nervosa, consegui passar. A ideia era já começar a dirigir assim que pegasse a carteira, mas não foi bem assim.

Já fazem 3 anos que tirei a carteira e nesse meio tempo não peguei no carro nem 10x. Essa semana resolvi que isso vai mudar, eu vou vencer esse medo!

Decidi fazer esse blog para deixar registrado o meu diário de motorista medrosa, dia a dia! Quero dividir com você  as minhas experiências, frustrações e acertos dessa vida motorizada! Espero que você goste de me acompanhar!